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Novos aplicativos oferecem serviços para facilitar a vida nos condomínios

Serviços incluem reserva de áreas comuns, avisos e até mesmo reunião e ronda virtuais

No Recreio, Carolina Ribeiro, Antonio Maia, Paulo Ribeiro, Salete Salvador e Rui Sebastiao usam o aplicativo CondomínioApp.com para resolver situações do dia a dia do condomínio Foto: Fernando Lemos / Agência O Globo


RIO — Hoje em dia tem aplicativo (apps) para tudo. E grupo de WhatsApp, então, nem se fala. É da família, dos subgrupos da família, dos amigos do primeiro ano da escola fundamental, da faculdade, dos pets que frequentam o parque, dos primos distantes e por aí vai. Nos condomínios e prédios, não é diferente.

É cada vez mais comum moradores formarem grupos de conversa com vizinhos e usarem aplicativos específicos para agilizar assuntos referentes ao dia a dia dentro dos condomínios. A iniciativa do uso e o gerenciamento de ambos, geralmente, vêm dos síndicos ou das administradoras, e os serviços nos apps , em sua maioria, incluem reserva de áreas comuns, controle de entrada na portaria, avisos, extrato das contas a até mesmo reunião virtual ou ronda dos vigias controladas pelo celular.

Com a adesão crescente de moradores à tecnologia, também cresce a quantidade empresas desenvolvendo estas plataformas. Neste ano, por exemplo, foram criados o o Interbind, o CondomínioApp.com e o Nobi — e ainda tem mais para chegar nos próximos meses. O custo é sempre do condomínio, enquanto algumas cobranças são fixas e outras por unidade/mês.

No CondomínioApp.com, há oito meses no mercado, por exemplo, as funções mais acessadas são para enviar e ler comunicados e reservar áreas comuns. Entre as outras ferramentas do sistema, o morador também consegue autorizar a entrada de visitas, falar com outros moradores, participar de enquetes e anunciar itens para venda ou vagas de garagem.

Os aplicativos são vendidos tanto para administradoras quanto diretamente para os condomínios e síndicos profissionais, e o preço mensal varia de R$ 1,80 a R$ 3,50 por unidade.

— Se acabar a água, até o síndico escrever e enviar uma nota para todos, já haverá moradores reclamando. O aplicativo dá uma velocidade muito maior à comunicação — explica Néia Oliveira, gerente de implementação do CondomínioApp.com, ressaltando que o envio de alguns avisos também continua por e-mail e, dependendo do caso e do perfil do residencial, por escrito. Segundo ela, a adesão média é de 40%, mas pode chegar a 90% dos moradores de um mesmo condomínio.

Conexão entre gestores e moradores

Salete Salvador e Rui Sebastião começaram a usar o CondomínioApp.com há cerca de dois meses, quando o prédio onde ela é gerente e ele morador, no Recreio dos Bandeirantes, passou a usar o aplicativo.

— Para mim, está sendo ótimo ter o aplicativo. Usamos para agendamentos, divulgação de avisos e ata de assembleia. É uma forma melhor de comunicar — afirma Salete.

Sebastião diz que também está gostando e tem até algumas sugestões:

— Uso o aplicativo para reservar o salão e ler os avisos. Ontem mesmo eles avisaram que um conserto pendente no condomínio ficou pronto. Apesar de ser por telefone, é mais pessoal e prático. Eu acho que o que precisa acrescentar é uma agenda comunitária com contato de bombeiros, marceneiro e pintor, por exemplo. Isso seria bom porque tem a referência e compartilhamento — propõe Sebastião.

A Interbind é outro aplicativo também recente. Está no mercado oficialmente há três meses e já tem 50 condomínios pelo país, sendo três em teste no Rio. No caso dela, há dois planos: o ouro, que é gratuito, e o diamante, que custa R$ 10 por unidade para implementação e mais R$ 1,50 por unidade/mês (sendo o mínimo 50 casas). As funções, além das básicas de reserva, incluem, ainda, enquete e reunião virtual de condomínio. Há quatro perfis: moradores, porteiros, síndico e administradora. Virgílio Couto, criador e sócio do Interbind, destaca a as reuniões virtuais:

— O síndico pode marcar um chat e deixá-lo aberto por uma semana. As pessoas já vão opinando e se inteirando dos assuntos e depois é só reunir presencialmente para validar. Tem funcionado muito, porque facilita. A votação pode ser online e a ata, digital — conta.

Segurança virtual
Os aplicativos para condomínios costumam ter versões para computador e smartphone, mas nem sempre com as mesmas funções. É o caso do Nobi, criado por Danielle Cohen no Laboratório de Engenharia de Software do Departamento de Informática do CTC/PUC-Rio.

No site há mais opções de serviços (enquetes, calendários, reservas, classificados e outros). Já no smartphone, apenas a opção da ronda eletrônica, em que o vigia deve seguir uma rota e, em determinados pontos, escanear com seu app um QR Code (código de barras digital). Desta forma, todos os moradores conectados ficam sabendo se a rota foi feita corretamente e, automaticamente, se está tudo bem.

— Conversando com síndicos veio a ideia de organizar o condomínio virtualmente através de um sistema que integrasse tudo, tanto a comunicação quanto os avisos — explica Danielle sobre como surgiu o NOBI.

O serviço está disponível no Android e custa R$ 260 por condomínio, por mês.

Além do sistemas criados por empresas de tecnologia, as administradoras investem em modelos próprios. É o caso da Apsa, que gerencia uma ampla rede de condomínios no país e aposta neste segmento.

Atualmente, a empresa tem dois aplicativos. Um deles é tanto para o público externo, com busca de imóveis para locação e venda, quanto interno, com consulta ao extrato do condomínio e segunda via do boleto.

O segundo é voltado para a vida interna nos condomínios, o que inclui, entre outras funções, reserva de espaços comuns, avisos e ordens de serviço. Segundo Washington Rodrigues Filho, gerente da área de tecnologia da Apsa, esse é mais voltado para condomínios grandes, com perfil de clube-residencial.

Apesar da proposta de oferecer agilidade aos moradores, a adesão aos aplicativos ainda é um desafio, especialmente pela quantidade de apps que cada morador tem em seu smartphone.

Para mudar isso, a Apsa está reformulando seus sistemas e deve lançar no início do próximo ano um único, integrando os dois que já existem.

Em prédios menores, grupos de WhatsApp

Além dos aplicativos, uma ferramenta muito prática usada em condomínios é o grupo no WhatsApp. Indicado para prédios com até 20 unidades (para ninguém ficar louco e se perder com tantas mensagens), o sistema em tempo real permite uma conversa ágil e soluções rápidas de problemas simples, que não exigem assembleia.

— O síndico coloca uma questão para ser votada pelo grupo, por exemplo, e as pessoas vão dizendo se querem ou não. Depois, é só formalizar. Com locatários e locadores funciona bem, porque a resposta é rápida e fica registrada — explica Sonia Chalfin, diretora da Precisão Administradora, que tem 60% dos seus condomínios usando grupos de WhatsApp e, ainda neste mês, lança seu aplicativo próprio.

Enquanto os síndicos e administradores usam o app, em sua maioria, para avisos e enquetes, os moradores recorrem ao grupo principalmente para reclamações. Sonia ressalta, entretanto, que as decisões dependem da importância do tema.

— Se for para falar que o elevador está parado, por exemplo, o WhatsApp resolve. Agora, se for a troca deles, que envolve um custo maior, aí tem que ser na assembleia, mesmo.

manter o foco

Correntes, imagens fofas de bom dia e discussões polêmicas são o tipo de conteúdo que pode transformar a ferramenta on-line em dor de cabeça.

O síndico profissional Eduardo Ximenes sabe bem o que é isso. Nos condomínios que administra, a maioria tem grupos no WhatsApp, o que geralmente ajuda. Mas há exceções.

— Em um dos condomínios, alguns moradores começaram a trazer opiniões sobre assuntos de fora, a enviar mensagens de bom dia e até a escrever grosserias. Isso desvia o propósito de ter este canal. Por outro lado, já tive casos, neste mesmo residencial, em que uma área comum foi vandalizada e, ao colocar no grupo, os próprios moradores passaram a fiscalizar — conta.

Ximenes destaca que há outras ferramentas úteis que facilitam a comunicação nos condomínios, como o Drive (para compartilhar documentos), aplicativos e e-mail. Nos maiores, diz, é melhor o caminho tradicional, através da portaria, com circular, avisos por escrito e cartas. Vale o que tiver mais adesão geral.

Cami Hadid Nigri, que é síndica profissional há 30 anos, corrobora a posição dos colegas. Para ela, a agilidade da internet é ótima, desde que usada com sabedoria.

— A internet mudou a comunicação e os condomínios não poderiam ficar de fora. As pessoas têm que estar conscientes de que é uma ferramenta e tem um propósito, e não ficar mandando assuntos fora do contexto.



stest 






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